terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Colón

Dia 20

O dia da despedida, tivemos que dar adeus ao nosso carro.

Esperamos até às 9 da manhã no hotel pela chegada de nossos novos amigos Colombianos que nos prometera na noite anterior de ajudar com o tramite do despacho do carro do Panama para a Colômbia. Depois de de um telefonema dizendo que só chegariam em Colón depois das 10 da manhã, decidimos seguir direto para o porto para tentarmos a sorte. Achamos que o atrazo deles nos dariatalvez a possibilidade de conseguirmos outrosorçamentos. Ao chegarmos em um porto, descobrimos que a cidade não tinha somente um, mas dois portos bem destintos;Mazanillo e cristobal. Fomos orientados a seguir ao outro porto chamado Cristóbal, que seria o porto mais indicado para exportar carro. Na primeira empresa que procuramos em cristobal, chamada ZIM, informou que o navio havia saído no dia anterior, e que somente teriam outra embarcação na semana seguinte, ficamossabendo que o tramite da exportaçao demoraria no mínimo dois dias. Esta informação nos preocupou porque tínhamos uma passagem reservada para Orlando as 3 da manhã do dia seguinte, e sabiamos que o bilhete não poderia ser restituído se perdessemos o avião. O pessola da Zim nos indicou a Seaboard, uma empresa de transporte marítima que em alguma ocasiões tivemos boas indicações por utros aventureiros que ja fizeram este trajeto e tem paginas da Internet. Ao chegarmos no escritório Seabord já passava das 10 da manhã. Após explicarmos a atendente o que gostaríamos de fazer, ela nos explicou que seria quase impossível conseguirmos despachar o carro no mesmo dia, face ao horário que tinhamos chegado; sem opção, decidimos arriscar a sorte.

O tramite:

  • A Seabord emitiu um formulário informando a alfandega do Panamá que a empresa tinha sido contratada para fazer o transporte de um carro ao porto de Cartagena na Colômbia.
  • Em posse do formulário, tivemos que nos dirigir para a Aduana, que fica em um local chamado "French Field", que fica a mais ou menos 10 minutos do escritório da Seabord que fica localizado na porta principal do porto de Cristóbal.
  • Na aduana de "French Field" o oficial de aduana deu baixa no que eles chamam de formulário da importação temporáriaemitido do carro no país, emitido no momento que ingressamos na fronteira de Costa Rica. Após esperarmos por mais de uma hora para sermos atendidos, o tramite foi fácil e gratuito.
  • À 1:30 da tarde retornamos para o escritório da Seabord. A pessoa que começou o nosso processo chamada Yamilete, não estava atendendo, pois era horário de almoço e nos foi informado que ela retornaria em 30 minutos; sem opção, tivemos que esperar. Por nossa sorte, após a chegada de Yamilete, fomos o primeiro a ser atendidos, mas mesmo assim, demorou mais de uma hora o simples processo de emitir um boleto bancário para pagamento do frete; isso já era 3:20 da tarde, o banco no panamá fecharia as três e meia.
  • Depois de pagarmos o boleto no banco HSBC e retornarmos à Seabord, a Yamilete, muito simpática e prestativa então solicitou à estiva do porto a remoção de um container do terminal principal até o terminal da Seabord.

Tenho que dar uma pausa na seqüência do despacho do carro para poder dar crédito a alguns fatos importantes que aconteceram no interim.

Quando estávamos pronto para sairmos do escritótio da Seabord para irmos a Aduana no "French Field" desiperadamente correndo contra o tempo, a Yamilete solicitou nossa ajuda para conduzir uma terceira pessoa que também precisava ir à Aduana e que não tinha como fazer, pois estava sem condução. Ficamos tentados a negar a carona , porque o tempo era precioso, e ademais a pessoa que a Yamilete se referia era um Argentino que ainda tinha que terminar o processo de importação com a Seabord que segundo ela deveria demorar mais de30 minutos. Ficamos desiperados mas esperamos. O Argentino se chamava federico. Federico e um engenheiro de Córdoba, uma pessoa maravilhosa que tinha acabado de chegar da Argentina com uma Hilux da Toyota. Ele estava viajando com a mãe para o México, ida e volta.

Fomos com Federico na Aduana e depois de terminarmos nosso processo tivemos ainda que esperar mais de meia hora pelo processo dele que era muito mais complicado que o nosso, pois ele estavaimportandoocarro ao Panamá. A nossa paciencia teve seu pagamento, enquanto esperávamos por Federico, encontramos os franceses que tínhamos deixado o bilhete no carro na noite anterior no hotel. Era um casal que não falava uma palavra em espanhol, mas tinham encontrado também um outro francês que viaja o mundo de barco e que sabia falar espanhol para ajuda-los. Tivemos, a chance de mandar o carro em um container de 40 pés onde caberiam os dois carros, o nosso e dos franceses, economizando mais de 500 dólares para cada carro. Infelizmente não foi possível em função da nossa viagem já programada a Orlando.

Mais tarde, após Federico ter recebido o carro da Seabord, ele ficou esperando mais de uma hora pelo término de nosso processo, ele ofereceu ajuda para nos deixar no aeroporto na cidade do Panamá, a mais de 120 kmts do porto. Concluímos que nossa paiencia em esperá-lo eajudálo foi muito bom, pois além de conhecer uma pessoamuito interessantenos ajudariaair ao aeroporto sem custo.

Voltando ao tramite:

  • Às 5:30 da tarde, conseguimos fechar o container. O pessoal que selaria o container já tinham fechado o escritório. Eu e o Federico então fomos correndo ao escritório central da Seabord e eles mandaram um agente até o local de embarque para selar o container.`As 5:45 da tarde tínhamos nosso carro dentro do container pronto para ser despachado.

Como combinado, após o término do processo, Federico nos conduziu ao Aeroporto. Prometemos a ele que passaríamos em Córdoba para visitar o pai dele que ficou sozinho e que segundo o Federico adora contar historias e assar carne, ou melhor churrasco no estilo Argentino. Ficou a promessa registrada.
Os amigos Colombianos também foram muito legais. Eles foram ao porto e nos deixaram o telefone para poder nos conduzir ao aeroporto. Quando eles ligaram às 4 da tarde dizendo que tinham terminado todos os negócios deles em Colón e que estariam prontos para partir, dissemos a eles que não deveriam se preocupar, pois tínhamos o Federico que nos deixariam na cidade de Panamá para encontrá-los mais tarde. Quando chegamos à cidade do Panamá as 8 da noite, o telefone deles não respondia, então decidimos seguir direto para o aeroporto. Mais tarde, lá pelas 9 da noite eles nos chamram, então combinamos que vamos entregar o celular deles em Medellin na Colombia em aproximadamente 12 dias.

Queríamos fechar esta primeira etapa da viagem dizendo que a Central America, a pesar de suas mazelas é um lugar que com certeza vale a pena conhecer. É uma experiência que muda a vida de qualquer pessoa; lembro-me da minha queridíssima amiga, esposa do Adir, o nosso terceiro companheiro de viagem que fica em terra como nosso apoio em terra e que mantém o blog atualizado disse que as pessoas embarcam em uma viagem como esta que estamos fazendo, nunca mais serão as mesmas ao final do caminho, acho que ela tinha razão, pois já posso dizer que não somos mais os mesmos, antes mesmos de chegarmos ao fim.
Voltaremos na semana que vem em Cartagena, que segundo Federico é uma das cidade mais bonitas que ele conheceu na America do Sul. Veja que o Federico já viajou muito na América do sul, isso inclui o Brasil.
Antes de encerrar, gostaríamos de dizer que se alguém quiser vir a Colón, fiquem atentas. Colón foi sem duvida a cidade mais feia e mais assustadora que conhecemos na Centro-America. Apesar dos muitos cruzeiros que vão para lá, e do lindo cenário do lado leste do Panamá, Colón ficou perdido no tempo e no espaço. Para que vocês entendam, olhem as fotos; em Colón tem uma agência de turismo que ainda expõe a placa da PaNam, empresa aérea que acredito ter saído do mercado mais de 20 anos. A situação em Colón é Negra, literalmente negra.